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18/10/2016 às 22h06 17/08/2018 às 21h39

Americana conta como foi entrevista de emprego que teve com Beyoncé

Shannon foi entrevistada pessoalmente pela cantora.
Entrevista foi em 2010 e não ocorreu como esperado.

Beyoncé (Foto: Reprodução)

Era 2010 quando Shannon Washington teve uma oportunidade única na vida: conhecer Beyoncé. Mas mais do que isso, ela não apenas tietou a cantora, ela foi entrevistada pela própria para ingressar em sua equipe.

Dois anos depois, ela decidiu relatar em seu blog como foi essa experiência — que apesar de deixar qualquer um com inveja, não saiu como ela planejava. 

Por isso, decidimos relembrar essa história intitulada por Shannon como "a melhor/pior entrevista de emprego de todos os tempos".

Segundo ela, uma das razões pela qual compartilhou o texto é que nenhum contrato de confidencialidade foi assinado. Apesar de se considerar discreta com assuntos de trabalho, Washington também achou que alguém poderia se beneficiar com a história.

"Tudo começou com um e-mail. Após participar de um trabalho com o rapper Diddy, eu enviei um e-mail para um seleto grupo de amigos para avisá-los de que eu estava de volta ao mercado de trabalho. Algumas semanas depois, recebi um e-mail de Henry (nome fictício), um colega que já trabalhava com alguns artistas. Ele tinha uma oportunidade para um gerenciamento de projeto que me deixaria ocupada por alguns meses e poderia se tornar permanente. Ele me deu os seguintes detalhes: a) criação digital + produção; b) era necessário viajar; c) era para uma gravadora; d) a artista era mulher.

Instintivamente, fiquei em alerta. As gravadoras não são exatamente elogiadas por suas práticas de negócios e eu ainda estava se recuperando de trabalhar com uma celebridade. Eu estava lentamente voltando para a vida que eu praticamente ignorei em prol de fazer um trabalho excelente e premiado — eu estava cansada. Mas as contas precisam ser pagas, então lhe enviei meu currículo.

Nas semanas seguintes houveram entrevistas por telefone com assistentes, advogados e gerentes de marketing. Eles nunca me disseram para qual artista era e eu nunca perguntei. Pessoalmente, eu pensava que era alguma novata que eles ainda estavam preparando e o contrato ainda precisaria ser assinado. Nada demais, uma vez que nunca mencionaram um acordo de sigilo, eu entendi que se eles quisessem me dizer quem era, eu saberia quando fosse a hora certa.

Depois de mais algumas ligações, perguntas gerais sobre minhas habilidades criativas e de gerenciamento, e experiência com figuras públicas, foi marcado uma data, hora e local para a minha entrevista final com a artista. Me avisaram que ela era uma mulher bem conhecida que queria definir sua presença online e trabalhar de perto com um gerente criativo para colocar o projeto em prática com a agência escolhida.

Bem simples, certo?

Durante a pré-entrevista, eu tentei fazer toda a pesquisa que pude. Eu pesquisei a gravadora, lançamentos recentes, mídias sociais associadas... qualquer coisa que me desse uma pista. No entanto, a diferença entre essa e outras entrevistas é que eu tinha pouca informação para me preparar. Eu não tinha vantagens em que poderia pensar e não queria perturbar Henry a ponto de arriscar seu próprio emprego por mim.

Mas por dentro, eu só queria planejar uma viagem ao exterior e ficar quieta. O descanso me chamava e na minha cabeça a ansiedade de mais uma vez deslocar minha vida para girar em torno de outra celebridade que não trabalhasse antes das 2 horas da tarde.

Chegado o dia da entrevista, meu look era básico. Como sempre, meu horário foi remarcado em cima da hora e me vi vestindo uma calça jeans, botas e uma camisa social. Eu percebi que já não uso terninho para entrevistas de emprego há 8 anos, e essa não seria a hora de recomeçar. Eu estava aborrecida, cansada e mais interessada no meu jantar após a entrevista do que na entrevista de fato. Eu estava nervosa, mas não tão nervosa como o normal. Eu estava relaxada até demais. Se bem lembro, esse não é um bom sinal.

Cheguei ao local, um estúdio de gravação na Times Square. Nenhuma novidade para mim, mas qualquer um que trabalha na indústria da música sabe que um local de estúdio significa que você, provavelmente, terá de esperar. E ninguém nunca te diz por quanto tempo. Ótimo.

Eu entrei e conheci Angel (nome fictício), a assistente com a qual tenho me comunicado, e me sento. Surpreendentemente após esperar por pouco tempo, sou avisada: "ela está pronta para te receber". Eu me levanto e de repente me sinto extremamente nervosa e não sei o porquê. Talvez esteja com fome? Eu supero o nervosismo e entro.

Geralmente, quando entro em uma sala para a entrevista, eu analiso rapidamente o local todo para ter uma percepção das coisas. Nessa hora, meus olhos se direcionam para uma pequena, quase minúscula mulher de cabelos loiros sentada no sofá olhando para a tela de seu computador. O estúdio estava um pouco escuro, então não a reconheci de imediato. Ela levantou-se, andou em minha direção e estendeu a mão, — Oi! Prazer em conhecê-la Shannon, eu sou a Beyoncé.

Meu primeiro pensamento? Eu estava com raiva de não ter feito algo legal no meu cabelo e não ter ido à manicure. Por que diabos eu não levantei cedo para ir na manicure? E QUEM NÃO SABE QUE VOCÊ É BEYONCÉ? ELA SE APRESENTOU PARA MIM? OMG. Eu sou especial.

Eu já disse que raramente fico fascinada por celebridades? Eu menti.

— Olá, Beyoncé. Prazer em conhecê-la também —, foi tudo o que consegui dizer antes de me dar conta de que isso era real e seria apenas eu e ela falando uma com a outra.

Nos 20 minutos seguintes nós simplesmente conversamos. Ela tinha perguntas, eu tinha respostas. Eu tinha opiniões e métodos de trabalho, e ela escutou. Francamente, foi uma conversa normal entre duas mulheres profissionais que tinham necessidades e estavam se conhecendo um pouco. Ela foi agradável, muito muito inteligente e clara sobre suas intenções, no geral uma pessoa legal.

Foi uma boa entrevista. Eu estava nervosa, então falei até demais, ela percebeu e apenas sorria e fazia mais perguntas. Acabou antes de eu perceber, apertamos as mãos e me ofereci para dar mais informações e ela concordou. Ela me levou à porta, saí e fiquei admirada olhando para a Times Square. Eu acabei de ter uma entrevista de emprego com a Beyoncé, e eu queria muito um falafel (tipo de salgadinho).

Então, qual é a moral dessa história? Por mais que tenha parecido "legal", depois eu percebi o quanto eu NÃO fui bem nessa entrevista e agora, anos depois, eu me dei conta de que foi uma bênção disfarçada e aprendi algumas lições:

Ouça mais do que você fala. Beyoncé foi muito específica sobre o que ela queria... já eu estava nervosa, fascinada com suas unhas e tinha grandes ideias! Infelizmente essas ideias não eram exatamente o que ela queria. Conforme eu falava sem parar, talvez eu tenha ido muito além do que ela imaginava as coisas. E quando você não é o chefe, você não pode ir até o chefe pensando que tem ideias mais inteligentes do que as dele. Você pode até ter ideias melhores, mas escute primeiro e então arrume uma melhor maneira de sugeri-las.

Não é o que você diz, é como você diz. Aqui é que eu deixei a "bola cair": com todo meu nervosismo, eu mencionei que normalmente não marco reuniões às segundas-feiras e que foi uma boa hora nossa entrevista ter sido naquele dia. Um grande erro... grande! Aqui estou eu falando com uma das pessoas mais ocupadas do planeta e, praticamente, digo "Pois é, eu odeio fazer sacrifícios no meu tempo para coisas que são importantes". Ela, com um sorriso, respondeu dizendo: — Obrigada por ter dado um tempo no seu dia de folga. Descontem 100 pontos de mim nesse momento. Uma grande burrada da minha parte. Sendo alguém que agora trabalha 15 horas por dia, eu adoraria que um candidato me dissesse isso. Embora imperceptível para alguns, outros trabalhadores concordariam que essa não foi a melhor coisa a se dizer.

Embora eu não me arrependa e absolutamente adorei seu novo website, eu nunca esquecerei dessa entrevista que tinha que acontecer e o cargo para o qual eu não estava pronta nessa época.

E aqui vão alguns extras para os super fãs da Bey:
Ela tem unhas incríveis.
Ela é mais baixa/magra do que eu imaginava.
Ela é muito, muito, muito simpática.
Seu sotaque é muito legal quando ela fala.
Ela é mais digitalmente experiente do que muita gente pensa.
Eu já disse que ela tem unhas incríveis?"

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